Ainda acordado
sonho com a tua proximidade
com a tua respiração e assim me fico
a saborear cada sopro do teu repouso
descobre o topo da vista desarmada. ansiosa chegada, repetida partida. descobre o topo da partida e da chegada. grossa caminhada, profunda perdição.
sexta-feira, abril 21, 2006
domingo, abril 16, 2006
O instante sonhado
Pressinto o presente
Ou ignoro-o.
O sobressalto ocorre
No preciso momento inesperado
De solidão, ou de confusão.
Numa breve rotação
Na conclusão de um foco.
Momento instante
Instante.
Instante de quê
Instante de dor
Instante de quês
Instante de sins, de nãos
Instante de certeza
De certeza instante
Apenas
E tanto por vir
No instante adiado
Nos presentes sonhados.
Ou ignoro-o.
O sobressalto ocorre
No preciso momento inesperado
De solidão, ou de confusão.
Numa breve rotação
Na conclusão de um foco.
Momento instante
Instante.
Instante de quê
Instante de dor
Instante de quês
Instante de sins, de nãos
Instante de certeza
De certeza instante
Apenas
E tanto por vir
No instante adiado
Nos presentes sonhados.
quarta-feira, abril 05, 2006
terça-feira, abril 04, 2006
O espaço publico
"A não existência de um espaço anónimo de devir das ideias e das obras retira, além do poder de criação, o dispositivo necessário (a mediação) que dessubjectiva o discurso e impede o choque dos «sujeitos»."
José Gil in Portugal, hoje-O medo de existir
Pois bem. O espaço público que não se pretende, assim tão bem sumariado, sufoca-me constantemente na sua omnipresença predadora.
São as relações historicamente enquinadas, encostadas na berma do trilho que percorriam. São os frágeis elos de aço da economia empresarial gerida pelo maniqueísmo hierárquico socio-apaziguado no sabor de um café.
Não existe consistência no espaço que constitui o meio de relacionamento interpessoal. Não existe colectivo no sentido da soma de individualidades em conjunto com a goma que as una e lhes dê um significado ou uma interpretação maior. Essa interpretação não existe por si, nem poderia existir por si, isolada, sem que alguém a corporizasse. Pois neste cenário falta também este alguém ou essa entidade.
São as expectativas galopantes a desbravar caminho, apesar de o sábio as desaconselhar a quem procura a liberdade. Mas cada vez mais creio que se referia à liberdade pessoal, individualizada, ao fruto de um caminho iniciado em sociedade.
Serei eu mais eu quando me sentir a mim em mim? Quando for livre, não no sentido de poder dizer e pensar o que me apetecer, mas no sentido de não ter nenhuma barreira maquiavélica a orientar o meu raciocínio, a personalidade, a acção?
Sim. Esse é um objectivo que não deveria ser enunciado, mas inato, invariável. E apenas uma comunidade pode propiciar tais condições. Uma sociedade de libertos comunicantes, uma comunidade caldeirão.
Pensem, e atirem-me pedras!
José Gil in Portugal, hoje-O medo de existir
Pois bem. O espaço público que não se pretende, assim tão bem sumariado, sufoca-me constantemente na sua omnipresença predadora.
São as relações historicamente enquinadas, encostadas na berma do trilho que percorriam. São os frágeis elos de aço da economia empresarial gerida pelo maniqueísmo hierárquico socio-apaziguado no sabor de um café.
Não existe consistência no espaço que constitui o meio de relacionamento interpessoal. Não existe colectivo no sentido da soma de individualidades em conjunto com a goma que as una e lhes dê um significado ou uma interpretação maior. Essa interpretação não existe por si, nem poderia existir por si, isolada, sem que alguém a corporizasse. Pois neste cenário falta também este alguém ou essa entidade.
São as expectativas galopantes a desbravar caminho, apesar de o sábio as desaconselhar a quem procura a liberdade. Mas cada vez mais creio que se referia à liberdade pessoal, individualizada, ao fruto de um caminho iniciado em sociedade.
Serei eu mais eu quando me sentir a mim em mim? Quando for livre, não no sentido de poder dizer e pensar o que me apetecer, mas no sentido de não ter nenhuma barreira maquiavélica a orientar o meu raciocínio, a personalidade, a acção?
Sim. Esse é um objectivo que não deveria ser enunciado, mas inato, invariável. E apenas uma comunidade pode propiciar tais condições. Uma sociedade de libertos comunicantes, uma comunidade caldeirão.
Pensem, e atirem-me pedras!
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